domingo, julho 09, 2006

Apologia e difamação - Breve anatomia comparativa

Vivemos numa Nave de Loucos, num "Mundo às Avessas". E a blogosfera não escapa à regra. Se bem que muito nenufarmente, também participa da atmosfera. Pois bem, de modo a obviar a certos mal entendidos sempre desaconselháveis aos nossos leitores, bem como outros berbicachos contraproducentes, aqui fica um esclarecimento totalmente gratuito:

Isto, caros senhores, é difamação (difamação com todas as letras!):
« Dragoscópio é pura e simplesmente o melhor blogue português.»
«O Dragão é genial!»
«Quando disse que o Dragoscópio era o melhor blogue português não o fiz por questão de "amizade virtual".»
«O dragão é (a par do desfazedor de rebanhos) o melhor blogue português».


E isto é apologia (apologia da mais purinha!):
«Para o Vasco Graça Moura ainda há memória, mas para si Dragão, nunca haverá. Aquilo que escreve é tão mau, tão redutor, tão imbecil e vulgar, que acho espantoso como é tem espaço GLQL. Com a Eremitocracia, você pratica a Estúpidocracia, com ares de Grande Educador de não sei o quê. Já esperimentou lavar a cara? Um bom banho ajuda muito.»
«A Zazie á uns tempos atrás recomendou-me a leitura de um post do Dragão, no "Dragoscópio", e eu com fui ver o blog, ler o post e óbviamente avaliar o blogger. Fiquei horrorizado.»
«Para terminar e como é óbvio,respeito a 100% a sua opinião, mas francamente e para além de tudo o que escrevi sobre o Dragão, ele até na componente estética é um desastre absoluto.»


Agora, o leitor - algo confuso, admitamos-, perguntar-mo-á: "Gaita, Dragão, mas como é que sabemos, de ciência certa, num mundo tão destrambelhado como este, que se trata de apologia ou de difamação?

E eu, sempre prestável, como é meu timbre e apanágio da minha família desde Vlad, o Empalador, responderei:
- É simples, caro leitor amigo (ou inimigo, tanto faz): o que define a coisa, já diagnosticava Aristóteles, é, entre outros mistérios que seria agora fastidioso elencar (e aumentaria consideravelmente o número de saloios hostis), a origem da mesma. Transposto para o vertente caso, resulta no seguinte: quando pessoas inteligentes, racionais, minimamente lidas e viajadas, se bem que dadas à fantasia, aos cogumelos alucinogéneos e à auto-mistificação, como são a minha cara Zazie e o estimado Timshel, desatam nestas categorizações, não tenhamos dúvidas - é de todo evidente o intuito menoscabante, depreciador, liliputosfórico. Afirmar que eu sou o "melhor blogue português" -ou mesmo, por absurdo, jurar a pés juntos que eu sou o "melhor blogue do planeta" - quando sabem perfeitamente, os sacanas, que eu sou "o melhor blogue da galáxia e arredores", é, no mínimo, achincalhante. De resto (e eles sabem-no bem) por uma questão de princípio, tradição e coerência, o facto de ser, de facto e sem espinhas, "o melhor blogue do Universo" obriga necessariamente a que seja o "pior blogue de Portugal". Por conseguinte, estou a pensar seriamente em processá-los e argui-los por danos irreparáveis -e contumazes! - à minha péssima reputação (apesar de, em absoluto, e passada a fronteira e as camadas mais baixas da estratosfera, ela ser sublime).
Já quando um auto-denominado Sniper -a quem, por caridade e gratidão, poupo adjectivos, mas que presumo tratar-se dum frango-atirador furtivo-, desembesta a ungir-me de injúrias, pedradas virtuais e outras ventosidades estrepitosas, cada qual mais perfunctória que a anterior, isso só pode ser, com toda a certeza, o maior panegírico, o mais gratificante encómio e o mais glorioso lustro de que há memória, pelo menos no último mês (o que, convenhamos, para um roedor de notícias, blogues e jornais destes, deve equivaler a uma verdadeira eternidade).
Dispenso-me de explicar aqui, com superabundância e consequente desperdício de detalhes, porque é que se trata, ao contrário do que parece, de magniloquente apologia. Mas decerto os estimados leitores -pessoas argutas, quando não verdadeiros poços de sapiência e cultura - já perceberam.
Concluo, de resto, com uma parábola: se um ceguinho vem vilipendiar a pintura, decerto não estais à espera que eu bata no ceguinho.
Por princípio e voto de cavalaria, aliás, não bato nem em mulheres, nem em aleijadinhos. Ora, o ceguinho é só uma espécie de aleijadinho oftálmico. Se bem que neste caso, e para me inibir ainda mais, acumule com uma visível corcunda mental.
Mas, porra, ao menos para efeitos cosmopolitas, sempre se podiam disfarçar um pouco melhor, estes fulanos!...

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